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A Lua: Princípio Receptivo do Sol

Autor(a):

Silvia Ceres (Argentina)

em

3 de outubro de 2007

Assim como os cinco planetas tradicionais: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno possuem dois domicílios – um de polaridade ativa e outro de polaridade passiva -, os luminares podem ser considerados como um desdobramento – novamente numa versão ativa e passiva – de um mesmo princípio de identidade.

Se definirmos o Sol como o projeto individual, a vontade, a própria pessoa, o encontro com o próprio centro ou eixo, a partir do qual se observa o entorno sem perder a consciência de si mesmo, nem a direção vital – expresso claramente no simbolismo do Sol: um ponto rodeado por um círculo -, registramos que as demandas cotidianas para sobreviver à concorrência, para não ficar ultrapassado, nem fora do sistema, assemelha-se mais a um Marte superdimensionado – relacionado a respostas violentas e defensivas – do que à segurança solar.

A Lua foi tradicionalmente definida como sentimento, emoção, nutrição, sentimento de pertencer a um grupo, empatia com o entorno, vida familiar, conexão com as raízes e a cultura, plasticidade interna para responder aos múltiplos estímulos exteriores.

O Ocidente, baseado culturalmente no mito do herói – tanto pela tradição semítica como helenística – fortaleceu a função solar em detrimento da lunar, produzindo certo mal estar, tanto social como individual. O predomínio contemporâneo do “self made man”, unido a parâmetros culturais homogeneizados – desde o “fast food” até a CNN – favoreceram um crescimento desnivelado do solar sobre o lunar: perturbações narcisísticas, moradias individuais, voluntarismo, egoísmo a qualquer preço, dificultando as relações com o próximo, famílias desajustadas, perturbações alimentícias, crescimento demográfico negativo, etc.

A questão é que se a área lunar permanece inibida, acaba interferindo no processo de singularidade solar.

UM OLHAR SOCIAL

A realidade mutável, globalizada, das últimas décadas, fundamentou vários fenômenos diretamente associados a obstáculos para expressar plenamente os luminares. Entre esses fenômenos escolhemos destacar:

Alimentação:

Vivemos o paradoxo de um mundo onde metade da população precisa de comida e a outra metade, com excesso de alimentos, faz dietas: para emagrecer, para reduzir o colesterol, a diabetes, etc.

Como bem expressa a antropóloga Patricia Aguirre (1) a comida é o resultado da ingestão de nutrientes numa determinada cultura. Corroborando – por outra via – a tradição astrológica, conecta, numa mesma cadeia significante: alimentação, sensação de pertencer a um grupo, identidade, subjetividade, história.

A produção industrial de alimentos se, por um lado, afastou o fantasma das épocas de escassez de alimentos vividas por nossos antepassados, por outro, possibilitou a compra de víveres fora da estação e que não pertencem a nosso entorno, quer dizer, rompeu a conexão, o ritmo cíclico – tema lunar – do indivíduo com a natureza.

Aguirre continua fazendo a seguinte pergunta: O que é uma boa alimentação? Na década de 50: aquela que é rica em vitaminas; na de 70 em proteínas, nos anos 90 em fibras; a partir do ano 2000 a discussão gira em torno dos transgênicos.

O que é comer bem? Esse conceito passa pelo discurso médico: comer saudável; pela publicidade: comer rápido e buscar alimentos processados; pelo “Canal de TV Gourmet”: comer saboroso e elaborado; pelo discurso das pessoas econômicas: comer barato; e, ainda, alguma avó insiste em comer com fartura. Resumindo: um dia comemos saudável, outro saboroso, outro barato, outro rápido e, de vez em quando, com fartura. De forma que resta pouco espaço para perguntarmos: Eu – Sol – de que tenho vontade – Lua?

Porém, comer não é só alimentar-se, mas repartir esse alimento com outros, socialmente. A partir do século XX, poderia ser esquematizada a seguinte equação:

Corpo forte – alimentos substanciosos– refeição compartilhada.

Corpo lindo – alimentos ricos – refeição familiar.

Corpo são – alimentos “light” – refeição individual.

O sujeito moderno é um ser com muita comida à sua disposição, mas de maneira solitária, pois mesmo que os horários permitam compartilhar a mesa familiar, o homem come de acordo com uma dieta para o colesterol, sua mulher come para emagrecer, a filha adolescente tornou-se vegetariana e a criança pequena gosta de hambúrguer.

Os quatro ficam em silêncio vendo televisão, o que impede a inter-relação e os comentários sobre as pequenas ou grandes vicissitudes quotidianas. Este é um cenário que mostra quanto espaço a Lua perdeu.

Para concluir, apresento alguns dados estatísticos relativos ao déficit alimentar mundial: este seria resolvido com 40 milhões de toneladas de grãos, o que é equivalente a 20% do alimento consumido pelo gado dos países ricos.

A Argentina produz alimentos para fornecer 3.181 calorias diárias a cada habitante e, mesmo assim, temos crianças desnutridas. De forma que não há escassez de produção de alimentos, mas o que está escasso é o direito de acesso a essa produção.

Insegurança:

Aqui citarei algumas observações de Zygmunt Bauma (2)

A “mixofobia” – resistência aos estrangeiros e/ou distintos – que alimenta as políticas de “mão forte” e “tolerância zero” está baseada num intenso sentimento de insegurança relacionado com situações de violência – roubos, assaltos, maus-tratos, etc. – que levam o cidadão a proteger-se atrás de muros, bairros fechados, segurança privada, portas e carros blindados.

Mas as raízes profundas da intensa sensação de fragilidade e insegurança se afundam em outro solo: a insegurança sobre o lugar que se ocupa no mundo, sobre as perspectivas de vida, de futuro, de contextos para pensar as ações próprias e dos outros. Insegurança que se retroalimenta minuto a minuto pela fluidez do mercado de trabalho, pela fragilidade do valor que se atribui às habilidades e competências, pela vulnerabilidade dos laços humanos e precariedade dos compromissos e associações facilmente revogados.

Em síntese, estamos inseguros sobre quem somos – Sol – sobre onde estamos – Lua.

Migrações/deslocamentos:

Segundo dados seguramente obsoletos a cada dia – de acordo com o informe do Fundo de População das Nações Unidas – a quantidade de pessoas que viviam fora de seus países de origem havia passado de 75 milhões, em 1965, a 120 milhões, em 1990, e a 150 milhões, em 2000. 90% desses 150 milhões emigraram por razões econômicas e os 10% restantes por razões política (3).

Não é novidade que o mundo industrializado expulsa a “população excedente” do centro para a periferia – mesmo que, atualmente, essa direção tenha se invertido: vão da periferia para o centro. Grandes massas de população fluem na direção de um futuro incerto, chegando a países onde não irão alcançar status de cidadãos: sem documentos, ilegais, não conseguirão entrar no mercado de trabalho, ficando submersos num sistema produtivo marginal e de pouca ou nenhuma qualificação.

Este processo, que se observa especialmente do campo para a cidade, e dos países pobres para os mais equilibrados, tem uma nova variante na era da globalização, o deslocamento de empresas na busca de nações que possuam “maiores vantagens competitivas”: salários mais baixos, rede de serviços sociais pobre ou nula, isenções fiscais, menor controle ecológico, etc.

Concretamente, isto significa que populações que cresceram em torno de um empreendimento fabril ficam sem sustento. Somando-se isto à ausência da atividade que originou as urbanizações, aparece um novo fenômeno: a migração dos postos gerenciais.

Não apenas os pobres abandonam seu lugar de origem, mas também o pessoal qualificado – técnicos, gerentes, diretores – que devem estar disponíveis – juntamente com suas famílias – para serem transladados para lugares remotos, pressionados para manterem seus postos de trabalho.

Resumindo, não se desenraiza apenas a Lua ao se perder as referências de pertencer a algo, mas o Sol também é impedido de construir um projeto pessoal.

Se ambos os luminares necessitam um espaço semelhante de manifestação, correm o risco de se verem forçados a se expressarem nos signos de seu exílio – Aquário, Capricórnio – como “mau território de Saturno”, este é um modelo social devorador.

Um planeta exilado não está “debilitado” no sentido de precisar de capacidade de manifestação, pelo contrário, ele se apresenta intensamente desajustado com relação à temática do signo onde se localiza.

Nesta perspectiva, o Sol em Aquário indica o poder das corporações multinacionais. Enquanto a Lua em Capricórnio expressa a dependência do trabalho, a obsessão por pertencer e não ficar fora da comunidade.

UM OLHAR INDIVIDUAL

Dane Rudhyar – num enfoque humanista – afirmou que, se sabemos, com base em dados obtidos pela investigação astronômica, que a Lua possui uma superfície notavelmente menor que a do Sol, também é certo que, na nossa percepção, os luminares são de tamanho similar.

Disso deriva a hipótese de que os luminares têm uma presença equivalente para a consciência humana.

O caminho do herói:

Se direcionarmos nossa atenção ao mito do herói, vemos que cada relato heróico apresenta – além das marcas próprias do protagonista e de sua aventura – um núcleo estrutural comum: afastado de seu ambiente por alguma circunstância que foge ao seu controle – em geral superior à vontade de seus pais – ele é adotado e criado num meio aristocrático e, em certo momento da vida, retorna ao seu lugar de origem para deparar-se com o cenário que o tornará um herói.

Analisemos, por exemplo, o périplo de Moisés. Os hebreus viviam no Egito, em estado de escravidão e servidão. Não contente com isso, o Faraó deu ordem para matar todos os varões que haviam nascido de mulher judia. Um menino da tribo dos Levi foi escondido por sua mãe durante três meses que, não podendo ocultá-lo mais, o depositou numa cesta à mercê do leito do rio. Dali, ele será recolhido e criado pela filha do Faraó. Depois de numerosas vicissitudes, ele recebeu uma ordem superior: colocar-se à frente de seu povo e levá-lo de volta a Canaã, a Terra Prometida.

Vejamos o que ocorre com Édipo, um mito indo-europeu, diferente do de Moisés, que pertence à tradição semítica. Entretanto, em ambos podem ser reconhecidos os traços estruturais que descrevemos.

Laio, rei de Tebas, casou-se com Jocasta. Dessa união, nasceu Édipo que, de acordo com o oráculo de Delfos, matará seu pai e se casará com sua mãe. Desafiando o destino, Laio ordenou que o menino fosse abandonado, condenando-o a uma morte certa.

O servo encarregado da infausta tarefa se compadece da criança e a entrega a uns pastores e, assim, ele chega a Corinto, onde é criado como filho do rei Pólibo.

Já adulto Édipo consulta o oráculo, que reitera sua profecia. Então, ele decide partir de Corinto e não ver mais quem ele acredita ser seu pai. No caminho para Tebas, cruza com alguns homens, discute com o chefe deles e o mata.

Tebas encontra-se arruinada pela Esfinge que propõe um enigma que ninguém consegue elucidar. Édipo a enfrenta, responde o enigma, vence a Esfinge, a fome acaba, ele se casa com a rainha e termina cumprindo a profecia do oráculo, já que matou seu pai no caminho e casou-se com sua mãe.

Sem dúvida existem muitos outros exemplos de relatos do herói que parte, ignora sua identidade, é criado como um príncipe e depois volta às suas origens.

Mas, o signo de regência do Sol – Leão – deixa para trás o signo de Câncer, governado pela Lua. De forma que aqui poderia ser observada a primeira parte da constituição do personagem heróico: alguém que dá as costas à sua origem – Câncer – e, ignorando seu passado – Lua -, começa a se afirmar num lugar real.

Esta é uma metáfora de Leão – domicílio do Sol – bastante explícita. Deixar para trás as sombras, as ambiguidades, o mundo subjetivo, emocional da Lua para tornar-se um ser luminoso, claro, seguro de si e de seu destino. Sou o que sou, diz quem perdeu sua sombra.

Nove signos adiante, encontramos a exaltação do Sol em Áries. Este é um número interessante de fechamento de ciclo e retorno ao zero: lembra o tempo de uma gravidez e o significado da casa astrológica de igual número – a busca da transcendência, a filosofia, a religião, os valores da vida, a ligação com o Absoluto.

Entretanto, na exaltação, os luminares invertem sua ordem, primeiro se localiza o Sol – Áries – e depois a Lua – Touro. De forma que a busca transcendente do herói se relaciona com o retornar conscientemente à sua origem e cumprir seu destino – como Édipo – ou a ordem de Deus – como Moisés.

Certos autores tradicionais sustentaram que a exaltação faz com que o planeta se manifeste através de acontecimentos que ocorrem antes do tempo, ou superam o indivíduo, ou fazem com que ele se relacione com pessoas de “hierarquia superior”. Resumindo: o planeta exaltado produz sucessos interessantes, porém um pouco forçados, tensos.

Sem dúvida, Moisés ou Édipo devem ter pensado que haviam se encontrado muito rápido com seu desafio, que a situação os superava, que haviam conhecido pessoas de hierarquia superior – Jeovah ou a Esfinge.

É claro que aqueles que definiam assim a dignidade planetária não viviam no tempo do herói, mas pensavam que o planeta em exaltação estava um pouco forçado por não ser o dono absoluto do lugar, e mesmo sendo um convidado de honra, permanecia submetido aos desígnios de seu anfitrião, o regente do signo, que é “como um senhor dono de seu sítio, de sua fazenda e de seus servos”.

Elmer Bache (4) apresenta uma interpretação diferente. Em sua opinião, o planeta se enriquece ao não possuir um poder absoluto, se educa em contato com o dono do signo, se socializa. Em suas palavras, “é forte, mas maduro”, enquanto, em domicílio, o planeta “é forte e impetuoso”, correndo o risco de ser arbitrário e excessivamente seguro de si, eu adicionaria.

Talvez seja pertinente acrescentar que a exaltação outorga um certo tom saturnino de delimitação ao funcionamento do planeta, enquanto o domicílio confere um matiz jupteriano de valor e plenitude.

O Sol em Áries sabe que seu poder está subordinado a Marte e seu desafio é tornar-se um indivíduo independente, obrigado a tomar conta de si mesmo.

A Lua em Touro não está fundida com seu entorno como em Câncer, mas escolhe – função claramente venusiana – pertencer a suas raízes, nutrir-se de sua história e de seu passado.

Os luminares, em domicílio, são viajantes que iniciam seu périplo cheios de entusiasmo, enquanto na exaltação estão retornando, com a experiência e a maturidade que uma longa viagem confere.

Em síntese, se vivemos somente a consciência solar, desvinculando-nos do lunar, realizamos apenas a metade da tarefa do herói.

Se ainda é necessário enfatizar a importância de ambos os luminares, lembremos sua combinação em dois fenômenos astrológicos importantes: os nodos lunares e os eclipses.

Como desafio de crescimento, a vida nos propõe responder aos estímulos de maneira criativa, individual, consciente – função solar. Porém, para realizar essa tarefa com plenitude do ser e não confundi-la com um “dever ser” de Saturno, é necessário estarmos centrados em nossa raiz emocional – lugar de retorno a um si mesmo íntimo que nos conecta com a nossa história pessoal – correspondente à função lunar.

Enquanto o Sol nos remete ao ser, a Lua nos remete ao estar.

Faltando o espelho lunar, não se pode chegar à consciência de si mesmo. Pelo contrário, quando o indivíduo se divide ao meio, só compreende seu propósito solar através do reflexo lunar.

Sem o Sol, o Eu ficaria preso à memória do passado, insistindo sem a possibilidade de se corrigir, compelido à repetição da mesma coisa. Viveria uma mera existência física, sem uma direção individual, sem futuro e sem valores pessoais. Sem Lua, o sujeito não tem base, território onde enraizar o seu Eu.

Vejamos agora a expressão do princípio sol/lunar ao desdobrar-se em seus dois pólos.



O signo solar indica o estilo que permitirá ao nativo encontrar o caminho até o seu Eu. A zona solar é o núcleo da autodeterminação e liberdade pessoais. A Lua, pelo contrário, é associada à energia da pulsão – segundo S. Freud, um conceito limítrofe entre o psíquico e o somático – que une, ao mesmo tempo, um presente constante à lembrança rítmica da vivência cíclica.Esta pulsão se manifesta como dependência – signos cardinais -, compulsão – signos fixos – e obsessão – signos mutáveis.


LUMINARES EM SIGNOS DE FOGO


SOL: o interesse essencial está centrado na vontade, na força ética.

LUA: pulsão direcionada à manifestação da vontade e dos valores morais.



Conduta maníaca, otimista, voluntariosa, coberta de argumentos de valor moral, que pode indicar uma certa tendência ao excesso de entusiasmo e ao fanatismo.


LUMINARES EM SIGNOS DE AR


SOL: tenta conquistar a vida através do pensamento e da percepção.

LUA: pulsão voltada para a elaboração de esquemas mentais.




Conduta paranoica, e assim a pessoa busca a si mesma mantendo um diálogo mental constante tentando avaliar todas as opções possíveis. Fechado em seu mundo intelectual, tem certa dificuldade com o compromisso pessoal.


LUMINARES EM SIGNOS DE TERRA


SOL: a tarefa essencial é orientada ao trabalho prático e metódico.

LUA: pulsão direcionada à realização e concretização.




LUMINARES EM SIGNOS DE ÁGUA


SOL: antepõe suas emoções – desejo, nostalgia, temor, simpatia, antipatia – à experiência da vida objetiva e concreta.

LUA: pulsão para enquadrar a existência de acordo com as orientações do sentimento.




Conduta ciclotímica à mercê do valor excessivo e exclusivo outorgado ao mundo emocional ou sentimental.

Após realizar uma síntese do funcionamento unificado dos luminares – além das diferenças de tom em suas manifestações ativa e passiva – vale a pena apresentar algumas reflexões sobre o universo astrológico.

Sem colocar em discussão o valor e a importância dos planetas trans-saturninos – Urano, Netuno e Plutão – nem dos planetas sociais – Júpiter e Saturno – entendo que é necessário dirigir um novo olhar enriquecedor e atualizado aos planetas pessoais.

O astrólogo – como um sujeito imerso numa realidade da qual faz parte – muitas vezes é uma correia transmissora dos valores e das propostas do discurso hegemônico.

E assim como nossos antecessores foram astrólogos de reis e de senhores poderosos, numa época em que a sociedade estratificada considerava que somente os influentes mereciam ter um destino, hoje, muitos de nós só observamos quanto o indivíduo se adapta às circunstâncias sociais que o impactam, sem perceber o quanto esse indivíduo sacrifica sua própria vontade para não ser excluído de uma realidade que o domina além de sua vontade e de seus sentimentos.

Sem dúvida, é mais simples e fácil deduzir que nosso cliente é um neurótico ou alguém que está enfrentando um karmahostil, do que imaginá-lo como um náufrago num mar de leis e orientações que só beneficiam interesses alheios à sua pessoa.

E, além das boas intenções, entendo que, se erramos no diagnóstico da situação, indubitavelmente nos equivocamos na orientação.

Se o mal estar estiver exclusivamente do lado da responsabilidade individual do cliente e ignorarmos o entorno que o impede de ser livre e pleno, corremos o risco de deixá-lo mais só e à deriva do que antes, apesar de lotado de informação astrológica.

Portanto, proponho elaborarmos mais e melhor as opções abertas como possibilidades pessoais a partir da configuração dos luminares.

Sugiro que tentemos que a consulta astrológica se converta num banquete, onde o conhecimento se transforme num ir e vir nutridor e pleno, produzindo uma comunhão entre o astrólogo e o cliente; sem deixá-lo saturado solitariamente como o comensal do século XXI, nem mais inseguro, nem estranho a si mesmo, sendo apenas um esboço do herói que não volta a seu próprio território. Disso se encarrega o mundo, sem necessidade da ajuda dos astrólogos.

Silvia Ceres é diplomada pelo Centro Astrológico de Buenos Aires (CABA), Argentina.Desde 1995 difunde a Astrologia através do site Gente de Astrologia, GEA (www.gente-de-astrologia.com.ar), a primeira revista astrológica eletrônica, que hoje alcança quarenta e dois países.

É autora dos livros: Astrologia Infantil. La carta natal de um niño; Astrologia, trabajo y crisis, Guia para la orientación vocacional; Astrosociologia-Sincronia de los Ciclos Planetários, Fernando Pessoa – Poesia, Heterónimos y Astrología

Bibliografia

1- “Ricos flacos y gordos pobres, la alimentación en crisis”. Patricia Aguirre. Editorial Capital Intelectual. Buenos Aires, Argentina, 20042- Amor Líquido. Zygmunt Barman. Fondo de Cultura Económica. Buenos Aires, Argentina. 20053- El Atlas (II) de Le Monde Diplomatique. Buenos Aires, Argentina, 2006.4- “Estudios de Astrología”. Elmer Bacher. Editorial Kier. Buenos Aires, Argentina.

Rio de Janeiro, 03 de outubro de 2007

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